Sempre há uma agitação entre os fãs quando um novo Batman está prestes a ser escolhido nos cinemas. Isso aconteceu nas épocas de George Clooney, Ben Affleck e, mais recentemente, Robert Pattinson, que estrela o filme mais recente do personagem.
Porém, além da representação no cinema, o vigilante mais famoso da DC já deu as caras em diversas produções da TV, incluindo animações e live-actions. Para celebrar a chegada de Batman aos cinemas, reunimos abaixo as principais produções televisivas com Bruce Wayne.
Nem o Batman escapou dos anos 1960, morou?
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A primeira versão do Batman na telinha chegou nos anos 1960, no seriado de mesmo nome estrelado por Adam West. O ator deu vida ao herói em 120 episódios, exibidos entre 1966 e 1968, e ainda em um filme, também chamado Batman, lançado no intervalo entre a primeira e segunda temporadas.
Você provavelmente lembra desse Batman por conta dos momentos um pouco bizarros e hilários da série, como o Homem-Morcego dançando (muito bem, sejamos justos) para se infiltrar no covil de um vilão, ou descendo a porrada em um tubarão explosivo. Mas, sem ironia, esta representação apresenta um bom equilíbrio na vida dupla entre o justiceiro das sombras e o playboy Bruce Wayne.
Muito disso se deve à interpretação de West, que consegue manter um tom sério até mesmo em diálogos e falas surreais como “Alguns dias você simplesmente não consegue se livrar de uma bomba!”. Talvez por isso o Batman dos anos 1960 tenha um charme diferente. Apesar de as situações e episódios serem, intencionalmente, cômicos, West leva tudo a sério e está sempre imponente nas mais adversas situações.
Outro detalhe interessante é que, de cara, o herói já enfrenta quatro de seus principais vilões de uma só vez, com o Coringa, Charada, Pinguim e Mulher-Gato se juntando em um plano maligno no filme de 1966.
Você pode ver cinco dos momentos mais engraçados do Batman dos anos 1960 na Bat-lista preparada pelo Nerdbunker.
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Mais de duas décadas depois, o clima zoeiro e os duelos de surf com o Coringa ficaram para trás, e o Batman abraçou as trevas de vez, com uma pegada mais séria e soturna.
Devido, em grande parte, ao sucesso do Batman de Tim Burton, lançado em 1989, e quadrinhos como A Piada Mortal (1988), de Alan Moore e O Cavaleiro das Trevas (1986), de Frank Miller, o Homem-Morcego ganhou a primeira série animada solo com Batman: The Animated Series, criada por Bruce Timm e Eric Radomski.
Apesar de, naturalmente, ser voltada ao público infantil, a animação trazia não só um Batman mais sério, como também um Bruce Wayne menos bon vivant e mais detetivesco, principalmente se envolvendo com os negócios das empresas com seu nome. Os dilemas psicológicos do personagem também foram pincelados, em episódios que abordam até que ponto Bruce e Batman são personas, relativamente, separadas, e até onde vão os limites da jornada do herói no combate ao crime.
A produção, exibida originalmente de 1992 a 1995, também foi transmitida no Brasil, em canais como SBT e Fox Kids e, para muitos fãs atuais, foi o primeiro contato maior com o universo do Homem-Morcego.
O Morcego pendura a capa (mas segue de olho…)
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Depois de anos combatendo o crime em Gotham, Bruce Wayne decide pendurar as botas e a capa em Batman do Futuro (1999). Mas engana-se quem pensa que o bilionário vai curtir a vida de aposentado, pois o crime, aparentemente, nunca dorme. Wayne então torna-se mentor do jovem Terry McGinnis, que assume o manto do Homem-Morcego com um novo uniforme futurista.
Apesar de Bruce não ser o foco principal da trama, ainda é interessante notar como o personagem assume o papel de mentor relutante, funcionando como um espécie de mestre para o inexperiente McGinnis, com todos os perrengues e discussões que a dinâmica traz.
No quesito animação, a série também leva a assinatura de Bruce Timm e Paul Dini, então funciona como uma continuação natural da Animated Series, e prova que não é só Bruce Wayne que tem cacife para defender Gotham vestido de morcego.
Liga da Justiça e Liga da Justiça Sem Limites
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Mesmo com todo o dinheiro e treinamento do mundo, ainda assim, muitas vezes, é preciso ajuda na hora de salvar o mundo, certo? Assim Batman trabalha (pelo menos tenta) em equipe nas animações Liga da Justiça (2001-2004) e Liga da Justiça Sem Limites (2004-2006).
Nesta representação, é importante destacar justamente a disparidade entre Wayne, que apesar de tudo, ainda é um humano, sem poderes, ao lado dos personagens mais poderosos da DC, como a Mulher-Maravilha e o próprio Superman.
Este é, inclusive, o motivo de diversos conflitos entre o Morcego e a Liga, com a lealdade do herói sendo posta em cheque, inicialmente, com a relutância em se juntar à legião de heróis, e depois, atingindo o ápice na animação Liga da Justiça: A Legião do Mal (2012), no qual a permanência de Batman entre o grupo é questionada após descobrir-se que o herói mantinha planos de combate para derrotar cada membro da Liga, caso necessário.
As animações, então, apresentam da melhor forma o aspecto do “homem comum entre titãs” que permeia a relação entre o herói e seus companheiros.
No Brasil, os desenhos ficaram famosos, mais uma vez, com exibição na TV aberta, principalmente no SBT. A diversão de muita molecada, aliás, era brigar para ver quem seria cada herói quando o grupo aparece, um a um, na abertura icônica. Relembre:
Morceguinho coadjuvante
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Demorou quase 50 anos para o Homem-Morcego aparecer, novamente, em uma série de TV em live-action. E mesmo assim, a versão que tivemos em Gotham (2014-2019) foi… diferente. A série, focada principalmente no tenente Gordon (Ben McKenzie), tinha Bruce Wayne (David Mazouz) como coadjuvante de luxo, representado aos 12 anos de idade.
Mas antes de cair na tentação de chamar a série de “Batman sem Batman”, vale destacar que a produção funciona não só como um olhar inédito sobre a profundidade do próprio Gordon, mas também como a cidade de Gotham City funciona como personagem, sendo importante na formação do herói após o assassinato dos pais.
Ao longo de cinco temporadas, a série mostrou o crescimento de Wayne até o episódio final, no qual, finalmente, o ricaço veste a armadura e começa a vida de vigilante. A cena, inclusive, é uma piscadinha de olho para muitos fãs dos quadrinhos, como Gordon observando o Morcego de longe e definindo-o como “um amigo”. A sequência é muito parecida com os momentos finais do quadrinho Batman: Ano Um (1987), de Frank Miller, tido por muitos como a origem definitiva do herói.