The Legend of Zelda é uma das franquias mais conhecidas e aclamadas do mundo dos videogames e, mesmo após 37 anos de existência, os fãs continuam obcecados com teorias envolvendo as histórias dos jogos.
Isso porque não existe uma conexão clara entre a maioria dos games de Zelda (com exceção das continuações diretas), o que incentivou os jogadores a bolarem suposições e especulações sobre o universo da saga.
O debate, no entanto, se intensificou tanto nas últimas décadas que até “forçou” a Nintendo a oficializar três linhas do tempo para as aventuras de Link. Porém, ainda assim, muitos continuaram confusos com a cronologia estipulada.
Por isso, decidimos explicar o que você precisa saber sobre as linhas temporais de The Legend of Zelda, com base nas informações do livro oficial Hyrule Historia.
Entendendo as linhas do tempo

Antes de mais nada, é preciso entender que toda a história de Zelda se dá em volta de uma lenda que se repete por várias gerações.
Por isso, temos versões diferentes de um mesmo personagem ao decorrer dos jogos. Link, Zelda e o vilão Ganondorf, por exemplo, são as figuras que sempre “retornam” por meio de reencarnações por serem as peças principais da lenda.
Com isso em mente, temos três linhas do tempo que começam da mesma maneira (com os acontecimentos de Skyward Sword) e se dividem após Ocarina of Time, gerando três “rotas” em que Link saiu vitorioso em duas e derrotado em uma.
Início das três linhas do tempo

A seguir, explicamos o que você precisa saber sobre os elementos principais da lenda e o início das linhas temporais, que envolvem quatro jogos da franquia. São eles:
- Skyward Sword (2011)
- The Minish Cap (2004)
- Four Swords (2002)
- Ocarina of Time (1998)
A cronologia começa com a criação do mundo pelos deuses Din, Nayru e Farore — o que é contado em Ocarina of Time. Eles foram responsáveis por criar a terra, o céu e os habitantes, além de uma relíquia sagrada chamada Triforce.
A Triforce é composta por três triângulos dourados e pode conceder qualquer desejo para quem coletá-los, o que a torna um item perigoso se cair em mãos erradas. Assim, os deuses deixaram outra deusa, chamada Hylia, encarregada de proteger o artefato.
Agora, entramos em território de Skyward Sword (2011), o primeiro jogo da cronologia que explica a origem de muitas figuras e elementos da lenda de Zelda – como a lendária Master Sword, os trajes verdes de Link e até o significado dos símbolos do Hylian Shield.

Durante a era da deusa Hylia, o poder da Triforce atraiu a atenção de Demise, o Demon King (“Rei Demônio”, em tradução livre), que decide roubar a relíquia para dominar o mundo. Ele é basicamente o principal vilão da franquia, sendo a forma “original” de Ganondorf.
Para impedi-lo, Hylia isolou os humanos e a Triforce em ilhas flutuantes no céu, além de abrir mão de sua divindade, tornando-se humana para selar o vilão e restaurar a paz. O plano funcionou, mas o rei dos demônios não estava morto, apenas “adormecido”. Com o passar do tempo, Hylia morreu e deixou a proteção da Triforce e do selo que mantinha Demise preso com a tribo dos Sheikah, liderada por Impa.
A história de Skyward Sword é ambientada anos após esses acontecimentos e mostra o retorno de Demise, que acaba derrotado por Link e Zelda. Isso porque Zelda é nada menos do que a encarnação de Hylia, e Link é o herói escolhido pelo destino por pura sorte (ou azar) para enfrentar o mal. Com a derrota do Demon King, as ilhas flutuantes são “devolvidas” à superfície e Hyrule é fundada.
Assim, é estabelecido o início da lenda que se repete por toda a eternidade, baseada na ideia de que Link, Zelda e Ganondorf estão sempre entrelaçados e se enfrentando de alguma maneira.

Após Skyward Sword (e uma quantidade indefinida de tempo), temos The Minish Cap (2004), que é o primeiro jogo da cronologia a ser propriamente ambientado em Hyrule. Criaturas malignas lideradas por um feiticeiro chamado Vaati atacam a região, e Link é quem restaura a paz no local com a ajuda de um chapéu mágico e um povo minúsculo (literalmente) apelidado de Picori.
Four Swords (2002) se passa várias gerações após The Minish Cap e conta com o retorno de Vaati, que desta vez sequestra Zelda para forçá-la em casamento. A reencarnação de Link (que no jogo, chega como quatro versões diferentes!) é forçada a derrotar o feiticeiro mais uma vez.
Por fim, chegamos em Ocarina of Time (1998), que introduz a figura de Ganondorf e apresenta uma história com viagens no tempo – sendo responsável, assim, pela divisão das linhas temporais a partir daqui.
Primeira linha do tempo: Link foi derrotado

Começando pela trajetória sombria, temos a linha temporal em que Link foi derrotado por Ganon (que também é uma das “formas” do Demise) em Ocarina of Time, com o vilão tornando-se novamente o Demon King com o poder da Triforce.
Ao todo, temos sete jogos nesta cronologia. São eles:
- A Link to the Past (1991)
- Link’s Awakening (1993)
- Oracle of Seasons e Oracle of Ages (2001)
- A Link Between Worlds (2013)
- Tri Force Heroes (2015)
- The Legend of Zelda (1986)
- The Adventure of Link (1987)
Com o herói fora de cena, os Sages (personagens poderosos que ajudam Link na luta contra o mal na lenda) impedem Ganon de tomar o controle de Hyrule, selando o vilão em um local mítico chamado Reino Sagrado. Esse acontecimento ficou conhecido como a Guerra do Aprisionamento.
Tudo isso é narrado no início de A Link to the Past (1991), que se passa muitos anos após Ocarina of Time. O jogo de SNES mostra que Ganon corrompeu o Reino Sagrado, montando um exército de monstros por lá para invadir Hyrule, mas foi derrotado pela reencarnação de Link da época, que recupera a Triforce.

A cronologia segue com Link’s Awakening (1993), em que o mesmo Link sofre um naufrágio no meio do mar e acorda na misteriosa ilha de Koholint – o que acontece por lá, no entanto, não passa de um sonho.
Este mesmo Link (de novo!) é enviado para outros reinos (Holodrum e Labrynna) e temos os arcos de Oracle of Seasons e Oracle of Ages (2001), dois games que se passam praticamente ao mesmo tempo e terminam com a revelação de que tudo era um plano das mães adotivas de Ganon para ressuscitá-lo. O herói, mais uma vez, acaba com a farra.
Após alguns séculos (e com outra reencarnação de Link), temos A Link Between Worlds (2013), que é praticamente uma sequência de A Link to the Past. Hyrule é atacada pelo feiticeiro Yuga, que sequestra Zelda e foge para uma dimensão paralela chamada Lorule, com a intenção de ressuscitar Ganon. O herói impede os planos malignos e restaura a paz novamente. Pouco depois, o mesmo Link segue para uma aventura isolada em outro reino (Hytopia) em Tri Force Heroes (2015), onde derrota uma vilã um tanto excêntrica, a Lady Maud.

A cronologia retorna para Hyrule em The Legend of Zelda (1986), o primeiro jogo lançado da franquia, após algumas gerações. A trama envolve a divisão da Triforce em três partes, gerando a Triforce do Poder, a Triforce da Coragem e a Triforce da Sabedoria – com essa última ainda sendo “quebrada” em oito pedaços. Anos depois, Ganon sequestra Zelda, e Link precisa encontrar todos os pedaços da Triforce da Sabedoria para derrotar o vilão e salvar a princesa.
A primeira linha temporal é finalizada com The Adventure of Link (1987), a sequência direta de The Legend of Zelda, em que Link enfrenta Dark Link (sua versão sombria), restaura todas as partes da Triforce e impede a ressurreição de Ganon.
Segunda linha do tempo: Link criança foi vitorioso

A segunda linha temporal é mais curta e denominada como a Era Criança. Nela, o Link derrota Ganon em Ocarina of Time como adulto, mas volta no tempo para avisar Zelda e os governantes de Hyrule sobre Ganondorf. Assim, a ascensão do vilão é evitada, e a linha segue com a versão criança de Link.
Essa timeline conta com três jogos ao todo. São eles:
- Majora’s Mask (2000)
- Twilight Princess (2006)
- Four Swords Adventures (2004)
Após alguns meses de Ocarina of Time, o mesmo Link acaba na região de Termina, onde acontece a história de Majora’s Mask (2000). Com uma trama que envolve máscaras amaldiçoadas, uma lua assassina e até um possível fim do mundo, o game termina com o herói salvando o dia mais uma vez.
A linha temporal segue com Twilight Princess (2006), após algumas gerações. Aqui, aquele Ganondorf que foi aprisionado em Hyrule em OoT é selado no Reino do Crepúsculo, que é basicamente outra dimensão. O vilão, no entanto, encontra uma maneira de corromper esse reino para se fundir com Hyrule, então a nova reencarnação de Link – com a ajuda de Zelda e Midna, a princesa do Reino do Crepúsculo – precisa impedi-lo.

Por fim, depois de vários séculos, temos Four Swords Adventures (2004), em que Ganondorf tenta ressuscitar o feiticeiro Vaati – sim, aquele de The Minish Cap e Four Swords. Link sai vitorioso, selando o vilão em uma espada… pelo menos, por enquanto.
Terceira linha do tempo: Link adulto foi vitorioso

A terceira e última linha temporal também é relativamente curta, sendo denominada de Era Adulta. Ela é a continuação da realidade em que o Link adulto derrota e sela Ganon em Ocarina of Time, mas volta no tempo para sua infância e simplesmente desaparece. Assim, esse universo fica sem um herói do tempo.
Ao todo, temos três jogos nessa timeline. São eles:
- The Wind Waker (2002)
- Phantom Hourglass (2007)
- Spirit Tracks (2009)
Após algumas gerações de OoT, o selo que aprisionava Ganon enfraqueceu, deixando-o escapar para tocar o terror novamente em Hyrule. Uma reencarnação do Link, no entanto, não apareceu, então os deuses inundaram toda a região para manter o vilão preso nas profundezas do mar – o que nos leva a The Wind Waker (2002).

O jogo é ambientado um bom tempo depois desses acontecimentos e mostra, enfim, a aparição de uma reencarnação de Link. Com a ajuda de Tetra, a entidade de Zelda nesta realidade, ele consegue derrotar Ganondorf, transformando-o em pedra. Com o aparente fim do Rei dos Demônios, Link e Tetra embarcam em novas aventuras em alto mar, que são narradas em Phantom Hourglass (2007) e Spirits Tracks (2009) e resultando na criação de uma nova Hyrule.
Onde Breath of the Wild e Tears of the Kingdom se encaixam

Essas foram as três linhas do tempo que estão oficializadas pela Nintendo, mas você deve ter reparado que os recentes Breath of the Wild (2017) e Tears of the Kingdom (2023) não apareceram.
Isso porque os desenvolvedores afirmaram que a dupla não está conectada a nenhuma dessas linhas, mas que a conexão com outros jogos ainda está aberta para a imaginação dos fãs. Portanto, oficialmente, TotK e BotW seguem de forma independente, sem ligação com os games anteriores.
Com isso, muitos jogadores teorizam que a duologia forma uma possível quarta linha temporal ou até mesmo serve como um reboot para a franquia. Quem sabe? Elaborem suas teorias!
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