Remasters de Pikmin 1+2 levam clássicos para Switch, mas param aí | Review

Após uma década de espera, Pikmin — uma das franquias de estratégia em tempo real mais inusitadas da indústria — está com data marcada para retornar, com um quarto jogo, em julho deste ano.

A Nintendo, então, decidiu preparar o terreno para a chegada de novos jogadores e lançou as remasterizações de Pikmin 1 e Pikmin 2, dois clássicos de GameCube, do início da década de 2000.

As novas versões são extremamente fiéis e quase idênticas aos originais, preservando a mesma experiência — seja para bem ou mal.

O primeiro Pikmin não teve alterações, remoções ou adições de conteúdo, oferecendo exatamente a mesma jornada de Olimar, que se vê perdido em planetas alienígenas e descobre as pequenas criaturas coloridas pela primeira vez.

Pikmin 2 mantém a mesma filosofia de fidelidade, salvo uma exceção: as aparências de alguns tesouros são diferentes. Apesar do motivo para isso não ter sido explicado pela Nintendo, a mudança não faz nenhuma diferença no jogo.

Os jogos são vendidos separadamente ou em um pacote só (Imagem: Pikmin 1+2/Nintendo/Captura de tela)

Em relação ao visual, as remasterizações têm gráficos em HD, o que é uma melhoria em relação aos originais. Ao jogar, no entanto, a mudança gráfica não é tão perceptível. Há alguns detalhes que se destacam mais, como os portões de pedra e a aparência da água, mas a sensação geral é de que as texturas estão ligeiramente aprimoradas. Apesar disso, a leve mexida no visual cumpre o objetivo de entregar algo que não parece visualmente datado.

Essa sensação é intensificada pela boa adaptação do formato da tela. A proporção dos jogos foi adaptada para “widescreen” — ou seja, eles agora preenchem toda a tela, evitando aquela sensação de jogar algo que não pertence àquele console.

Sem alterações na jogabilidade, os comandos de Pikmin 1+2 foram adaptados para os joy-cons, e caem como uma luva no controle do console híbrido. Diria até que jogar a franquia é mais confortável no Switch do que no GameCube.

Revisitar as esquisitices de Pikmin é um deleite para todo fã da franquia (Imagem: Pikmin 1+2/Nintendo/Captura de tela)

Faca de dois gumes

Preservar as experiências originais não é algo ruim, mas relançar uma dupla de clássicos (que tem cerca de duas décadas de vida) e não ter melhorias além do visual é algo que deixa a desejar.

A primeira questão é a ausência de localização em português brasileiro — um caso antigo para os fãs da Nintendo. Outra falta sentida é da acessibilidade. Não há opções ou recursos para tornar os jogos acessíveis a PcD (pessoas com deficiência), por exemplo.

Por fim, outro problema é a precificação. Apesar de não terem um preço cheio de lançamento, Pikmin 1+2 custam salgados R$ 149 cada (ou R$ 249, se você preferir adquiri-los juntos), para os brasileiros. O valor poderia se justificar com o conteúdo apresentado, mas isso não acontece.

Muito se perde sem uma localização em português, como os nomes maravilhosos e zoeiros dos tesouros (Imagem: Pikmin 1+2/Nintendo/Captura de tela)

De forma geral, Pikmin 1+2 são versões bem feitas e bem adaptadas de clássicos atemporais, para o Switch. A missão de trazer as expedições de Olimar para um console atual é cumprida, mas fica a sensação de que os jogos poderiam ter conteúdo ou elementos a mais que justificassem o preço elevado e que também tornassem a experiência ainda mais acessível a todo o público.

Algumas aparências de tesouros que foram alteradas em Pikmin 2, por exemplo, eram pilhas de marcas conhecidas. Os itens ganharam uma roupagem genérica na nova versão, o que me faz pensar que a Nintendo poderia, muito bem, ter adicionado ou mexido nos elementos dos games, sem muitos problemas.

Seja como for, Pikmin 1+2 não deixam de servir como a porta de entrada ideal para novos jogadores serem introduzidos ao universo mágico (e, por vezes, assustador) das pequenas criaturas coloridas. Além de serem uma excelente maneira de fãs de longa data (como eu!) matarem a saudade.


Esta review foi feita com uma cópia cedida pela Nintendo.

Pikmin 1+2 estão disponíveis para Nintendo Switch. Já Pikmin 4 será lançado no dia 21 de julho.

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