Cyberwar: Neon City é um cyberpunk brasileiro como você nunca viu antes | Preview

O “cyberpunk”, com todo o estilo underground, cores neon e toques de contracultura, é um subgênero bastante utilizado em filmes, séries, livros e jogos por aí.

Entre obras recentes do tipo, algumas se destacaram pela maneira como construíram uma forte identidade em cima da temática, mesmo em território tão explorado — isso é justamente o que o brasileiro Cyberwar: Neon City faz tão bem.

O jogo, aguardado pela comunidade indie, recebeu recentemente uma demo gratuita no Steam, que deu um gostinho do que podemos esperar em Neon City e mostrou o potencial imenso do projeto.

Balas na chuva

Cyberwar: Neon City é ambientado em um mundo futurístico e narra a história de uma guerra entre humanos e macacos cibernéticos.

Tudo começou quando a humanidade deu início a experimentos com animais para a criação de uma tecnologia que possibilitasse a vida após a morte. Após muitas tentativas, um dos experimentos deu certo e gerou Ocko, um macaco com capacidade cognitiva ampliada.

Como era de se esperar de qualquer cenário futurístico, Ocko se rebelou contra os humanos, criou vários clones para montar exércitos e deu início a uma guerra, que ficou conhecida como “cyberwar” — esse é o pontapé inicial para a história do game.

Com duração de quase uma hora, a demo mostra o início do jogo, que tem um prólogo bem surpreendente, com a aparição de Ocko (Imagem: Cyber Monkey Studios/Divulgação)

O jogo é o primeiro projeto do estúdio Cyber Monkey Studios, composto por cinco desenvolvedores brasileiros, que tem atraído bastante atenção na internet pelos detalhes visuais inusitados — mas oferece bem mais do que isso!

Cyberwar: Neon City é um shooter com elementos de roguelite, gerando uma experiência que se assemelha a um Enter the Gungeon com influências brasileiras e “cyberpunk”.

Existe uma estrutura relativamente linear nos primeiros minutos da demo, para estabelecer a base da história, mas o game realmente brilha e mostra ao que veio quando supera o início introdutório e coloca o jogador em fases ao estilo bullet hell (ou seja, que estabelecem você como alvo em cenários repletos de inimigos).

As fases são procedurais e geradas aleatoriamente, e o objetivo é aniquilar todos os macacos cibernéticos, que são agressivos e estão equipados com armas tecnológicas. Os adversários são bem variados, e qualquer um, por mais comum ou pequeno que seja, é capaz de causar um dano elevado, então é uma experiência desafiadora que exige habilidade de quem está com as mãos no controle.

Espere também por chefões mirabolantes! A demonstração termina, por exemplo, com uma luta divertidíssima contra uma grande robô, que ataca com beijos.

No meio das fases, você pode encontrar locais para recuperar HP e lojas com itens para ajudar na run (Imagem: Cyberwar: Neon City/Cyber Monkey Studios/Captura de tela)

A jogabilidade consiste em armas com diferentes projéteis e “dash” (corrida rápida que serve como esquivas), além de ter uma árvore de habilidades com melhorias passivas. Com isso, o que dá um toque final e único ao gameplay é o protagonista: um clone que usa uma arma de tubarão — que, sim, está vivo! — no braço. Algo visualmente chamativo e que (acredite, se quiser) conversa com a narrativa.

Por ter um clone como protagonista, a morte é uma parte orgânica do jogo. Portanto, se você for derrotado, um novo clone é “reimprimido” em uma máquina e basta tentar novamente. Toda vez que morrer, no entanto, o projétil da arma será diferente (você pode escolher entre três opções), o que dá uma boa mexida na jogabilidade.

O personagem, por si só, esbanja uma boa dose de personalidade, mas toda a estética de Cyberwar: Neon City causa o mesmo efeito.

Com uma arte pixelada, a cidade de Neon City parece viva. Os cenários apresentam cores fortes e detalhes minuciosos, que mostram o carinho da excelente direção de arte. Tive que parar por alguns segundos, para apreciar as fachadas de lojas suspeitas, pôsteres de restaurantes de lámen e luzes coloridas por todo lado.

Os personagens secundários refletem o mesmo cuidado. Muitos deles têm personalidades inusitadas, como um tatuador cego, um polvo azul fora d’água, um porco dentro de uma mecha e por aí vai. Todo o visual transmite um sentimento forte de “cyberpunk”, que é ampliado pela trilha sonora frenética com toque eletrônico, acertando em cheio na temática.

Todo cantinho da cidade grita “cyberpunk”! (Imagem: Cyberwar: Neon City/Cyber Monkey Studios/Captura de tela)

Além de parecer vivo, o mundo de Cyberwar: Neon City também é mais denso do que parece. Ocko, por exemplo, não está totalmente errado, se você parar para pensar. Com isso, Neon City parece um lugar com muitas camadas e personagens com diferentes motivações, o que empolga o jogador para a história.

Mais cyberpunk do que um cyberpunk

Cyberwar: Neon City é totalmente viciante. A experiência é desafiadora e mistura sequências lineares de ação com fases ao estilo bullet hell.

Passei quase uma hora com a demo e, após finalizá-la, tive a vontade de jogar novamente para testar outros projéteis de armas e tentar concluir as fases com um menor tempo — o que deu uma amostra do que veremos na versão final, que promete uma dose ainda maior do que foi mencionado por aqui.

É sempre revigorante ter um roteiro de um jogo que entende o brasileiro (Imagem: Cyberwar: Neon City/Cyber Monkey Studios/Captura de tela)

O jogo tem um potencial imenso em atender (e, ouso dizer, até superar) as expectativas da comunidade e ser um dos melhores indie do ano. Além disso, pensar que é um projeto nacional torna Cyberwar: Neon City ainda mais empolgante e especial para os jogadores brasileiros. Mal vejo a hora de mergulhar de cabeça em Neon City!


Cyberwar: Neon City será disponibilizado para PC, mas ainda não tem previsão de lançamento.

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