Em apenas 20 minutos de projeção, Em Ruínas joga na cara dos espectadores zumbis, terremotos, tiroteios, poeira o suficiente para deixar Mad Max orgulhoso e, como se tudo isso fosse pouco, Don Lee (Eternos, Invasão Zumbi) saindo na mão contra um crocodilo. E vencendo.
Produção coreana da Netflix, o filme abre o ano do streaming vermelho como uma grata surpresa ao pisar fundo na ação absurda, oferecendo uma divertidíssima sessão da tarde que não se propõe a nada mais do que duas horas de puro desligamento mental. E sim, isso é um baita elogio.
A trama acompanha a dura vida numa Seul pós-apocalíptica. Sem lei, ordem ou recursos naturais, a cidade vira um campo de guerra entre diferentes facções lutando por sobrevivência. Nesse cenário, o caçador Nam-san (Lee) passa os dias ao lado do fiel protegido Ji-wan (Lee Jun-young) e da jovem Suna (Roh Jeong-eui).
Sob a promessa de uma vida melhor e da possível salvação da sociedade colapsada, Suna é levada por um misterioso grupo, às ordens de um cientista do antigo mundo (Lee Hee-joon), que esconde planos nefastos para a adolescente e a população jovem de Seul. Cabe a Nam-san e Ji-wan a tarefa de resgatar a garota, numa trilha de bala, sangue e membros decepados.
Seria até injusto com o caro leitor aprofundar os detalhes da premissa de Em Ruínas, já que a graça é justamente a surpresa pelos contornos cada vez mais mirabolantes que a história ganha. A jornada de Nam-san e Ji-wan é o fio que costura as cenas de ação, de longe, o maior trunfo do filme.
Em Ruínas emprega ágeis jogos de câmera para dar dinamismo à porradaria, sem comprometer o entendimento do que se desenrola em cena, feito cada vez mais raro no cinema de ação. A fotografia empoeirada não deixa a dever a produções como Mad Max, ao retratar o quão maluco o mundo pode virar quando a maior cidade do país torna-se um grande areial.
Além de músculos, o filme encontra também um forte coração em Don Lee. O astro faz valer o destaque nos créditos apresentando um Nam-san bondoso e carismático, mas nem por isso menos mortal. O ator domina o longa não só descarregando balas e socos, como também numa divertida veia cômica, abrilhantando cada momento que está em cena.
Em linhas gerais, Em Ruínas cumpre o que se propõe ao apresentar uma divertida trama de ação, e deve encontrar um público disposto a olhar um bálsamo de porradaria além das produções vindas de Hollywood.
Mesmo as pinceladas de profundidade que poderiam vir da trama, como questionamentos sobre meritocracia, o triunfo do espírito humano nas condições mais adversas ou coisas do gênero, servem mais como base para que a ação se desenrole. E está tudo bem. Afinal, o fim do mundo também pode ser divertido.
Em Ruínas chega em 26 de janeiro, na Netflix. Aproveite e conheça todas as redes sociais do NerdBunker, entre em nosso grupo do Telegram e mais – acesse e confira.
