Star Wars: The Bad Batch chega ao começo do fim sabendo a hora de amadurecer

Se, apesar de todos os louros de boa parte do público e crítica, as animações já são uma parte relativamente subvalorizada do universo Star Wars, The Bad Batch chegou com o desafio extra de ter uma irmã mais velha de peso, já que a trama é uma continuação direta da tão querida The Clone Wars.

Após o final irretocável das guerras clônicas, The Bad Batch poderia cair na armadilha de ser um’ epílogo desnecessário, ou uma sobremesa redundante (apesar de saborosa) após uma refeição já perfeita. Mas a animação supera as dúvidas com personalidade própria e uma maturidade louvável, ainda mais explícita na terceira e última temporada.

Os três primeiros capítulos do novo ano foram lançados nesta quarta-feira (21), no Disney+, e deixam as apostas ainda mais altas para a jovem Omega e o grupo de clones “mal feitos” que dão nome ao projeto.

[Spoilers leves da animação a partir daqui]

Sem tempo a perder, a trinca de episódios lida com as consequências do impactante finale do segundo ano. Com Omega capturada pelo Império e a perda do valente Tech, o Bad Batch parte em missão desesperada para resgatar a irmã perdida, ao mesmo tempo que a jovem precisará usar de tudo a seu dispor para sobreviver nas entranhas do inimigo.

Omega sofre na pele a opressão do Império. Crédito: Lucasfilm/Divulgação

Neste sentido, o capítulo de abertura, “Confinada”, faz um bom trabalho em ditar o tom sombrio que permeia a temporada logo de cara. Boa parte dos 32 minutos de episódio são dedicados ao opressivo e maçante cotidiano de Omega na estação imperial em Tantiss.

É corajoso que, mesmo nas produções voltadas ao público infantil, Star Wars não tenha medo em retratar o Império como a força opressora que é. Isso é indicado narrativamente até na fotografia constantemente claustrofóbica do episódio.

Apesar da energia jovial, Omega não deixa de ser uma figura trágica, já que viu sua infância perdida no meio da correria e sangue da guerra. A personagem desponta como um justo destaque no novo ano, num ápice do amadurecimento visto ao longo das duas temporadas anteriores.

A ação é intercalada entre ela e os companheiros Hunter e Wrecker, que traçam o plano para resgatar a irmã em “Caminhos Desconhecidos”, segundo capítulo da temporada, e “Sombras de Tantiss”, que conclui o arco inicial de forma empolgante.

Aqui, é auspicioso que The Bad Batch tenha uma criança como um de seus principais pontos narrativos, com o amadurecimento de Omega servindo como espelho da jornada da própria série animada, enquanto produto da cultura pop.

Clones encaram sombria jornada final em The Bad Batch. Crédito: Lucasfilm/Reprodução

Sem perder o foco em terminar a história que se propõe desde 2021, The Bad Batch chega ao começo do fim de forma promissora. Criador, produtor e grande mente criativa das animações da saga, Dave Filoni e equipe certamente entendem o lugar da animação no vasto universo Star Wars e evitam o salto maior que a perna que seria tentar quebrar conceitos ou fazer reverberações maiores na franquia.

Ao voltar as forças para o que já deu certo antes, aplicadas num produto com méritos próprios, a saga pode, muito bem, resultar em mais um encerramento marcante para as animações de uma galáxia muito, muito distante.

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