Criado por brasileiros, Dungleon é um Termo que troca palavras por personagens de RPG

Após viralizar como o “jogo dos quadradinhos” nas redes, não demorou para o Termo ganhar versões alternativas pela internet, que aumentam a dificuldade e chegam até a mudar algumas regras.

Esse é o caso de Dungleon, uma versão que aplica a fórmula do joguinho de palavras em um dungeon crawler, substituindo as palavras por personagens de RPG.

O objetivo é simples: em vez de adivinhar uma palavra, você precisa descobrir qual é a ordem dos personagens dentro do calabouço.

A parte mais divertida é que há regras escondidas que o próprio jogador precisa desvendar ao jogar. Por exemplo, há personagens que sempre aparecem juntos e algumas peças que sempre estarão em um lugar específico.

Dungleon é totalmente gratuito para jogar, e todos os dias geram novos calabouços.

Nada de palavras, Dungleon usa apenas personagens pixelados de RPG

Uma criação de brasileiros

A ideia inusitada por trás de Dungeon ainda veio da mente dos desenvolvedores brasileiros Felipe Dal Molin, do estúdio Aquiris (Horizon Chase Turbo), e Bruno Ruchiga, que contaram com a arte de Clément Dussol para o projeto.

Dal Molin contou ao NerdBunker que a ideia surgiu com o hábito do trio de jogar Termo diariamente, somado à percepção de que o jogo tinha tudo para gerar uma febre de clones e variações.

Então, decidiram pensar em uma versão sem palavras, e a resposta veio com uma inspiração em Senha, clássico jogo de tabuleiro.

“Tinha um jogo de tabuleiro antigo, chamado Senha aqui no Brasil, que funcionava igual, mas era de adivinhar uma sequência de cores. Então de um lado a gente tem palavras, que são coisas que já vêm prontas e todo mundo sabe, e do outro lado tem o Senha, em que os chutes são mais aleatórios e não existe uma lógica interna. Eu queria encontrar algo aí no meio: tem uma lógica interna mas ela não vem 100% pronta, você tem que descobrir.”

Com isso em mente, eles decidiram fazer a versão ser baseada em elementos de RPG, uma vez que é um gênero com algumas “regras” conhecidas, como ter heróis e monstros, tesouros, personagens com ações específicas e por aí vai.

“Tem monstros que sempre vêm juntos, outros que você encontra sozinhos, tem o rei que pede ajuda etc. Depois [de pensar nas regras], buscamos alguns espaços mecânicos que ainda não estavam cobertos, para explorar ao máximo as possibilidades dentro dos 5 espaços: regras de posição, regras de adjacência, regras de relação entre peças. […] O legal é que dá pra descrever o funcionamento inteiro do jogo em poucas linhas, mas a comunidade tem um trabalho de detetive pra descobrir quais são as regras”, explicou Dal Molin.

O projeto demorou um mês para ser desenvolvido, e já está há um mês no ar.

Atualmente, Dungleon mantém a média de 14 mil jogos por dia e, para a felicidade daqueles que já se viciaram no game, os desenvolvedores não querem parar aí. Eles estão ouvindo o feedback da comunidade e já trabalham em melhorias, como modo daltônico, modo escuro e tutorias extras.

Dungleon é totalmente gratuito e está disponível para jogar clicando aqui.