Anunciado durante a Summer Game Fest 2023, o jogo Prince of Persia: The Lost Crown tem a missão de apresentar novas facetas da cultura persa, revitalizar a franquia e homenagear muitos, muitos animes.
O desenvolvimento do game está a cargo do estúdio Ubisoft Montpellier, que trabalhou em Beyond Good & Evil, From Dust, Valiant Hearts: The Great War e na franquia Rayman. É um currículo variado, o que pode causar certa apreensão nos fãs de longa data de Prince of Persia, mas o diretor Mounir Radi garante que o projeto está em boas mãos.
Em entrevista ao NerdBunker, Radi contou sobre sua paixão antiga por animações japonesas e jogos de luta, afirmando que The Lost Crown é a epítome do que gostaria de fazer:
“Estamos fazendo jogos do jeito que queremos. E eu queria mostrar uma faceta específica da Pérsia e da cultura persa.”
Lutando para fugir do estereótipo que já temos da Pérsia, o diretor explicou que incorporar suas lembranças de infância em um jogo que fosse coeso e divertido de jogar foi como montar uma receita com ingredientes distintos:
“Às vezes as pessoas gostam de duas coisas distintas, como geleia e presunto, e acham que é super fácil de misturar, […] mas é uma questão de balanço entre todos os ingredientes.”
Essa receita está rendendo frutos muito bonitos – e aqui não falamos apenas do visual, mas também do gameplay.
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The Lost Crown é um jogo de plataforma 2D, com uma pitadinha de metroidvania na estrutura. O que chamou a atenção logo de cara é como o level design é inteligente, por causar uma ilusão de linearidade. Mas, após alguns minutos, o jogador percebe que os cenários não são tão lineares assim e têm mais de uma direção para seguir.
Pelo caminho, também há quebra-cabeças para os quais você ainda não tem os requisitos necessários para resolvê-los. Assim, a mistura oferece fases que confiam e, ao mesmo tempo, desafiam a memória do jogador.
Com essa ambientação como pano de fundo, a jogabilidade do protagonista Sargon é relativamente simples, mas exige bastante estratégia e calma de quem está com as mãos no controle. O combate se baseia em ataques básicos de espada, parry (aparar um golpe na hora exata), esquiva e habilidades especiais.
A demo que jogamos é de uma parte inicial de The Lost Crown, e apenas uma habilidade estava disponível: um poder de teletransporte. Com ela, Sargon cria uma cópia dele mesmo em uma área e pode se teletransportar para lá quando quiser – uma excelente e inventiva maneira de escapar de adversários.
Isso porque o jogo também oferece uma boa dose de desafio. Os inimigos são variados e exigem diferentes estratégias. Alguns, por exemplo, dão golpes tão poderosos e rápidos que apenas o parry é eficaz. Há várias lutas contra chefões no decorrer da história, e até as criaturas mais comuns são capazes de derrotá-lo, se você der mole.
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Radi contou que queria que todas essas lutas de The Lost Crown fossem dinâmicas, com momentos marcantes, impacto e estilo, assim como nas grandes franquias de luta e também nos animes.
Como referência, o diretor citou Naruto, Dragon Ball Z, Vinland Saga e Vagabond, além de deixar pistas que teremos referências aos títulos citados e a Demon Slayer, One Piece e mais.
“Algumas habilidades específicas podem te lembrar um kamehameha… Temos referências a One Piece, Naruto, Demon Slayer, não quero estragar as surpresas. Convidamos os jogadores a encontrarem todas as referências. Não são cópias, mas sim homenagens aos animes.”
Com um visual marcante como objetivo, o estilo gráfico e as cores do novo Prince of Persia chamam a atenção justamente por fugir da paleta mais sóbria de tons terrosos e sépia. Ao adicionar mais cores, Radi quis representar um aspecto diferente da cultura persa: o costume de pintar as paredes com tinta colorida para representar riqueza e poder.
“Pigmentos eram caros, e ter uma parede com pinturas na Pérsia era como mostrar seu poder.”
As cores estão presentes não apenas no cenário e personagens, mas também em golpes e na “aura” de todos os seres vivos do universo, chamada de Astra. É ela que vemos ao redor do protagonista na arte promocional do jogo.
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A Astra aparece nas mais variadas cores, em The Lost Crown. A dourada é a cor primordial, mostrando-se nas árvores que servem como ponto para salvar e descansar no meio da aventura. Também é possível encontrar Astra vermelha ou até mesmo a roxa escura, que pode corromper outros seres.
“Queríamos usar as cores azul e branca, além de outras cores vibrantes”, contou o diretor, acrescentando que a escolha do azul para o protagonista foi uma homenagem aos Super Saiyajins “mais fortes” de Dragon Ball.
Mas não pense que esta é a única referência no game. Prince of Persia: The Lost Crown promete momentos cinematográficos para habilidades especiais, como herança dos jogos de luta, além de contar com uma barrinha que precisa ser preenchida para conseguir usar esse poder. Então fica o desafio para os jogadores, que vão enfrentar essa nova aventura desafiadora da franquia, de “pegarem” todas as inspirações quando jogarem!
Prince of Persia: The Lost Crown chega no dia 18 de janeiro de 2024 para PlayStation 5, PlayStation 4, Xbox Series X|S, Xbox One, Nintendo Switch e PC.
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Esse texto teve a colaboração da redatora Tayná Garcia.
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