Lysfanga é viciante e uma das maiores surpresas da Summer Game Fest | Preview

Lysfanga: The Time Shift Warrior é um jogo indie com uma proposta simples, mas executada de forma tão primorosa, que testá-lo foi uma das minhas experiências mais surpreendentes na Summer Game Fest 2023.

O estúdio francês Sand Door tinha um espaço reservado no pequeno estande da Quantic Dream na feira e, ao passar por lá, um pôster de uma guerreira chamou a minha atenção.

Tratava-se da protagonista de Lysfanga, um jogo ao estilo hack ‘n’ slash com toque beat ‘em up e foco tático, que apresenta uma abordagem parecida com Hades, mas sem o aspecto punitivo de roguelike. Conversei com os desenvolvedores para testar a demo disponível por lá — que, surpreendentemente, foi a melhor que joguei naquele dia.

Estrategicamente viciante

Lysfanga é protagonizado por Imë, uma semideusa com poderes divinos. Designada como a protetora do reino Antala, onde o jogo é ambientado, a personagem precisa derrotar hordas e mais hordas de monstros, com poderes que envolvem o tempo.

Imë é capaz de “voltar” no tempo para criar clones de si mesma, possibilitando que ela derrote vários inimigos no mesmo instante.

A estrutura do jogo é composta por fases controladas, com visão top down (ou seja, vista de cima), que precisam ser superadas para avançar, algo similar a Hades (Imagem: Lysfanga/Quantic Dream/Divulgação)

Com esse contexto, o objetivo é enfrentar diversas fases consecutivas e derrotar todos os inimigos de cada uma, dentro de um curto limite de tempo.

Vamos para um exemplo prático. Cada tentativa da “volta” no tempo leva 15 segundos, o que é insuficiente para aniquilar todos os adversários espalhados pelo cenário. Por isso, o jogador precisa pensar na melhor estratégia para derrotar os monstros com os clones da protagonista. Então, basicamente, você cria várias jogadas em uma só fase para acabar com todos de uma vez.

Essa ideia é simples, mas extremamente desafiadora e viciante na prática. Isso porque os inimigos são variados, e cada um exige uma tática diferente para ser morto. Alguns trolls, por exemplo, estão equipados com um escudo, então é preciso usar um clone para distraí-los, enquanto outra Imë os ataca por trás em outra tentativa.

No entanto, meus adversários favoritos são as criaturas explosivas, uma vez que, se forem lançadas na direção correta, causam muito dano nos inimigos ao redor, facilitando meu trabalho.

Gastar minutos apenas pensando e elaborando as melhores estratégias torna bem recompensador o momento em que você supera uma fase complicada. Meu teste durou cerca de 20 minutos, e me senti tão imersa no jogo, que acabei perdendo a noção de tempo – e sem querer devolver o controle para os desenvolvedores.

O visual tem bastante inspiração em mitologia grega e explora uma paleta de cores um tanto pálida (Imagem: Lysfanga/Quantic Dream/Divulgação)

A maneira como Lysfanga surgiu é tão curiosa quanto o próprio jogo. O game começou como um projeto de graduação de 14 estudantes da ISART Digital, faculdade francesa de videogame e animação 3D, em 2011, e se tornou algo maior nos últimos anos — gerando a Sand Door Studio. Então, segundo os desenvolvedores, trata-se de um projeto um tanto pessoal para equipe.

O resultado é uma aventura frenética e desafiadora, com muito potencial em viciar os fãs de hack ‘n’ slash por aí, e que definitivamente conquistou um espaço no meu radar.


Lysfanga: The Time Shift Warrior será lançado ainda em 2023 para PC, mas segue sem data confirmada.

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