A compra do Twitter por Elon Musk e as mudanças implementadas na plataforma do “passarinho azul” desde então têm levado muitas pessoas a procurarem plataformas alternativas, como a Bluesky. A criação de Jack Dorsey, cofundador do Twitter, é baseada no “AT Protocol”, descrito como uma rede social federada (ou federated social network, em inglês). Mas o que é isso?
De acordo com a publicação oficial da Bluesky, uma rede social federada é “como um e-mail”. Ao invés dos servidores serem hospedados em um único site ou por uma única empresa, eles podem estar em vários lugares, comunicando-se entre si. Inclusive, o usuário pode tanto escolher seu provedor, quanto se auto-hospedar. De qualquer forma, o acesso a toda a rede – chamada de “Fediverso” – é liberado.
A base do software de uma rede social federada (ou rede social distribuída) é open-source. Ou seja, qualquer pessoa pode baixar o código-fonte e modificá-lo. No entanto, programadores pelo mundo colaboram para criar uma “linguagem universal”, permitindo que a maioria ou mesmo todos os perfis possam conversar entre si.
O Electronic Frontier Foundation faz uma boa analogia para explicar esse funcionamento. Confira abaixo:
“Imagine a Web como um mar aberto. Para usar o Facebook, é preciso imigrar para a ‘Ilha do Facebook’ e obter uma ‘Casa do Facebook’, em um território com um único governante. Mas as redes sociais distribuídas que estão sendo desenvolvidas permitirão que você escolha entre muitas ilhas, conectadas umas às outras por pontes, e você ainda pode ter a opção de construir sua própria ilha e suas próprias pontes.”
Essa tecnologia tem o objetivo de, em teoria, “devolver o controle dos dados aos usuários”. Cada “núcleo” define suas próprias políticas de moderação e cultura, seja com um ou mais administradores. No entanto, não podemos esquecer que ainda existem custos de desenvolvimento e hospedagem, como em qualquer outra plataforma.
Um exemplo de rede social federada é o Mastodon. Ele funciona de forma muito semelhante à “rede dos tuítes”, é gratuito e sem anúncios. Segundo o Manual do Usuário, a plataforma ganhou mais de 500.000 usuários na época em que Musk assumiu a direção do Twitter, e mais de 1.000 novos servidores foram criados em menos de duas semanas.
Em março de 2023, o Mastodon alcançou 10 milhões de usuários cadastrados (o que é diferente de pessoas ativas nos servidores).
Embora ainda seja cedo para dizer que essa se tornará uma tendência mundial, não há como negar que o movimento é interessante e pode mudar a forma como os usuários se relacionam com as redes sociais no futuro.
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