Rogue Legacy 2 | Review

Em 2013, a Cellar Door Games impressionou muitos jogadores com a estreia de Rogue Legacy. O título, um metroidvania e roguelite, conquistou diversos fãs com jogabilidade precisa, divertida e desafiadora. Agora, nove anos depois, o estúdio busca superar esse sucesso com Rogue Legacy 2.

Em um período de acesso antecipado por quase dois anos, o jogo teve o lançamento oficial nesta quinta-feira (28). Com a ajuda da comunidade, a produtora conseguiu maximizar o que o antecessor tinha de positivo e adicionar vários recursos inéditos que tornam a sequência uma experiência completa.

O grande destaque do gameplay de Rogue Legacy 2 é a variedade. Com 15 classes diferentes de personagens, os jogadores precisam superar o desafio de derrotar os seis chefes espalhados em seis regiões para liberar o caminho para o boss final.

Os combatentes variam entre várias opções, como arqueiro, mago, espadachim, cozinheiro, draconeiro, ninja e muito mais. Cada um deles com jogabilidade diferente. É como se fosse um estilo de jogo completamente novo a cada aventura nos calabouços.

Diferentes classes garantem experiências únicas no game. Foto: Vítor Heringer

Gameplay viciante é o destaque

Cada aventura começa com três opções de classes, sendo que, aleatoriamente, possuem habilidades, magias, melhorias e até dificuldades diferentes. Por exemplo, um dos personagens pode ganhar 75% a mais de ouro, mas morre com apenas um golpe. O intuito é fornecer experiências diversas.

Para superar o gameplay desafiador, a Cella Door Games aposta em um robusto sistema de progressão. Após reunir bastante ouro e acabar morrendo (algo que acontece bastante), surge uma tela de árvore de perícias. Nela, é possível melhorar vida, dano, resistência, novas habilidades, classes e muito mais.

A árvore é o principal elemento para tornar os personagens mais fortes e conseguir avançar no game. Cada vez que morria e investia o ouro obtido, me sentia mais poderoso e capacitado para avançar na aventura. Essa progressão é um dos destaques por tornar a jornada recompensadora, e não estressante.

Progressão é um dos destaques de Rogue Legacy 2. Foto: Vítor Heringer

Falando em desafio, Rogue Legacy 2 tem um grande número de inimigos pelas seis regiões do game. Os adversários contam com diferentes ataques e movimentações, exigindo estratégias únicas para não perder vida e serem derrotados.

Como os mapas são criados aleatoriamente, é quase impossível saber o que vai ter pela frente, tornando, mais uma vez, cada jogabilidade uma experiência diferente. Jogar o game em um dia é completamente diferente de jogar na manhã seguinte. Essa é a principal característica: variedade.

Com um gameplay tão viciante, a história ficou em segundo plano. O objetivo se tornou apenas morrer, melhorar, tentar novamente e acabar morrendo de novo. Não se engane, a narrativa é contada em documentos espalhados pelos mapas e o final é bem interessante. No entanto, não é o principal motivo para jogar o título.

Título oferece gameplay viciante e desafiador. Foto: Vítor Heringer

Arte e música aprimoram a aventura

A jogabilidade é realmente o grande destaque do game, mas está longe de ser o único ponto positivo. O estilo artístico é outra evolução significativa na sequência, com mistura de personagens 3D e elementos 2.5D pelos cenários. Os visuais estão belíssimos e combinam perfeitamente com a proposta do game.

Por exemplo, as seis regiões principais da jornada apresentam aparências únicas e imersivas. A sensação é de estar jogando em uma pintura feita a mão.

Visuais de Rogue Legacy 2 são lindos. Foto: Vítor Heringer

A trilha sonora também se destaca. Os mapas têm suas próprias músicas de fundo e, quando chegamos no chefe, o clima se torna outro ao trazer sons épicos que dão a sensação de “precisamos derrotá-lo a qualquer custo”.

Mas não pense que a trilha sonora é apenas para os momentos desafiadores. Quando estamos no local inicial, que prepara para as aventuras nos calabouços, o som é extremamente relaxante e tem um bom motivo para isso: diminuir qualquer irritação após morrer de uma longa jornada ou de uma maneira, digamos, tosca (muitas lembranças surgiram na minha cabeça).

Dessa forma, a união de qualidade entre música, visual e gameplay é fundamental para a imersão no jogo.

Experiência personalizável para novatos e experientes

Rogue Legacy 2 foi pensado para ser desafiador e explorar o potencial dos jogadores. No entanto, é preciso destacar um importante recurso: as Regras da Casa. Essa funcionalidade o torna mais inclusivo para os novatos em roguelike/metroidvania.

Sem ser exatamente um “modo fácil”, as Regras da Casa fazem com que os próprios players personalizem a experiência. Não quer receber dano de contato? Então tira. Quer aumentar seu dano? Faça isso. São várias opções de personalização.

Personalização da experiência é uma ótima opção para novatos e até experientes. Foto: Vítor Heringer

Para os experientes de plantão e amantes de desafios, também é possível tornar a jogabilidade ainda mais difícil, até dobrando o dano que recebe dos inimigos. Portanto, há espaço para diversos players.

Tornar o jogo inclusivo para diversos públicos é um grande acerto da Cella Door Games. Além disso, oferece novas maneiras de rejogar o game.

Rogue Legacy 2 é uma experiência completa

É impossível não recomendar Rogue Legacy 2, principalmente para quem jogou o anterior e para os amantes de roguelike/metroidvania. O título é uma grande evolução do antecessor, uma verdadeira sequência criada pelo estúdio em conjunto com os fãs.

A progressão é excelente e recompensadora, tornando o desafio algo almejado. Além disso, para novatos como eu, ainda há a opção de mudar um pouco a dificuldade e desfrutar tudo o que o título oferece.

Seja como for, Rogue Legacy 2 é a experiência definitiva de como os jogos do gênero podem entregar diversão e desafio na medida certa. Com cerca de 25 horas de campanha principal e 60 horas para aproveitar tudo, o game é um prato cheio para qualquer tipo de jogador e o melhor de tudo: localizado para português do Brasil.

O jogo está disponível para Xbox One, Xbox Series e PC. O código de review foi cedido pela Cella Door Games.

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